quarta-feira, 6 de julho de 2011

o bardo e o amor

"... mas é porque acho que o amor se sujeira ao tempo, vejo que, ao ser posto à prova, também modera o tempo a centelha e o fogo de seu ardor. Na própria chama do amor vive uma espécie de pavio ou mecha que acaba enfraquecendo-a. Nada existe que se mantenha permanentemente no mesmo grau de bondade, visto que esta, aumentando até a pletora, morre no próprio excesso. O que quiséssemos fazer, deveríamos fazer no momento de querer, porque esse 'querer' muda e sofre tantas diminuições e adiamentos quantos sejam os lábios, as mãos e os acidentes por que atravessa e então esse 'dever' transforma-se numa espécie de suspiro dissipador que causa dano ao ser exalado."


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Shakespeare
em Hamlet


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