domingo, 29 de março de 2009

o desejo


e por que será que tudo o que aparece na minha frente é chocolate?
quem mandou fazer essa promessa? quem, quem, quem?



e o pior é que nem tenho tanta vontade de comer, mas o fato de enxergar vários tipos de chocolate na minha frente parece dizer ao meu cérebro que eu deveria querer comer.
meus neurônios estão em sérios conflitos.
acho que a falta de açúcar está me deixando louca.



(chega quinta feira!)

crônica do cotidiano

domingo de manhã, ela vai caminhar, e encontra a instrutora, o marido, e o filho, João, que também é conhecido como a pessoa com quem ela vai casar daqui a 13 anos, quando ela for uma quarentona gostosa. E o João abana pra ela e sorri. E ela lembra que mandou um chocolate pra ele sexta, e ele ligou pra agradecer. E que ele sente ciúme dela quando ela está conversando com alguém na academia. E por um momento, um ínfimo momento, tudo está tranquilo de novo. Não há ressentimento, não há fingimento, só há a felicidade de saber que alguém no mundo gosta de você, nem que seja um menininho de cinco anos de idade.

E ela pensa que só queria um pouco de companhia nesse final de semana. Conversas amigas que a distraíssem da realidade de sua vida, que às vezes lhe parece meio medíocre. Não precisava ser o final de semana de seus sonhos. Não precisava ser cheio de demonstrações de amor. Mas poderia ter demonstrações de carinho, de agradecimento, de consideração. Não esperava a felicidade suprema. Já acostumou-se a não esperar por ela, acha até que ela não existe. Mas acabou ganhando doses de ironia, ganhou falta de educação, ganhou desrespeito e desconsideração. Ganhou um sentimento de 'hopelessness' (e uma falta de vontade de tentar traduzir, quem quiser, tenta entender aqui)

Mas também ganhou um sorriso sincero. E quem sabe perdeu alguns gramas e vai acabar ficando mais gostosinha.



(Sim, final super Poliana. Ela adorava ler Poliana quando era pré-adolescente)

sexta-feira, 27 de março de 2009

pq estou a semana inteira com a música na cabeça e é linda
pq ontem vi um pedaço do filme, que também é lindo
e pq hoje começa o final de semana, que espero que seja lindo!
;)




quarta-feira, 25 de março de 2009

domingo, 22 de março de 2009

hoping

“Se quiser eu piro, e imagino ele de capa de gabardine, chapéu molhado, barba de dois dias, cigarro no canto da boca, bem noir. Mas isso é filme, ele não. Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outros como você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo: um dia encontro.”

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 17 de março de 2009

thinking

and if that's all you can think about
what should I be thinking of?



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and can anyone tell me if that glance meant what i think it meant?



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(pensando, pensando, pensando...
e concluindo que prefiro estar fazendo)

domingo, 15 de março de 2009

sexta-feira, 13 de março de 2009

medinho

carpinejar diz tudo:



"Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas. Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada."

segunda-feira, 9 de março de 2009

e tem gente que deixa saudade pra sempre


Saudade é um clichê. Eu, pessoalmente, adoro clichês. Não gosto muito de saudade, porém (alguém gosta, aliás?). Um pouco, tudo bem, tem toda aquela coisa de sentir falta e acabar valorizando mais, entendendo o que o objeto da saudade realmente significa para nós.
E eu tenho saudade de taaanta coisa nessa vida. Saudade de momentos que vivi, saudade de sentimentos que tive, e principalmente saudade de gente. Pessoas que eu conheci pelo mundo afora, pessoas que eram do meu convívio e que, por um motivo ou outro, não são mais, pessoas que estão viajando e pessoas que já se foram. E é de um desses, que infelizmente e terrivelmente já se foi, que quero falar.
Não foi a minha primeira experiência com a morte, mas foi a mais marcante, até aqui. Talvez por ter sido a primeira vez que eu realmente estivesse preparada para entender a real dimensão da morte. O choque de compreender que aquela pessoa que até então estava presente não mais estará.
E desde quando ele estava presente? Nem consigo recordar. Lembro dos aniversários dos meus primos na infância, quando ele e os filhos pirralhos chatérrimos dele sempre estavam. Depois, mais crescida, lembro de discursos em uma parrilla no Arapey. E muitas viagens de motorhome, e conversas no rádio amador. Lembro de uma aura de sabedoria imensa. Como ele parecia saber sobre tudo o que acontecia no mundo. E da sua altivez e sisudez. Sim, são adjetivos assim, fortes e complexos, que o descreviam. Do fim, eu só lembro de ouvir notícias de Porto Alegre. E da tristeza de não conseguir ir visitá-lo (por que mesmo que não fui?)
Mas o que mais lembro foi um telefonema. Acho que era meu aniversário. E foi telefonema de Porto, direto do hospital. Eu nunca vou esquecer daquele telefonema. Pois o que pra uns foi uma simples ligação, um apertar de botões e um dialogo simples, pra mim foi a revelação de um amor que eu nem sabia existir. Foi a percepção de que uma pessoa poderia me achar tão importante e tão merecedora que passaria por cima de uma doença terrível para me desejar feliz aniversário. Que, afinal, eu não era tão chata como imaginava. Que, quem sabe, eu tinha algumas qualidades que valessem a pena para alguns. Todas aquelas coisas que eu já deveria saber, mas que não tinha a menor idéia.

Ainda bem que existem pessoas e momentos que nos permitem perceber essas 'obviedades'. Pra mim, foi o tio Adão, nesse momento. E é por essa e tantas outras coisas, que ele vai deixar saudade pra sempre. Simplesmente por ser ele, da maneira que ele era.






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e ele foi, e deixa saudades, mas também deixa essas duas pessoinhas especiais da foto acima, e a mãe delas, que é uma das (se não a) mulheres mais incríveis que conheço. a tia que não é tia mas é mais que tia, mas que principalmente é uma grande amiga: anete

domingo, 8 de março de 2009

o tal do dia




eu teria milhões de coisas para dizer sobre o dia internacional da mulher. historicamente, acho válido. por outro lado, é desnecessário. a conquista de um espaço na sociedade, o poder feminino, a discriminação, a fragilidade. a alegria de ser mulher, e todos os problemas que isso acarreta.
sobre tudo isso eu poderia falar.

mas não estou com vontade. porque, no final, somos todos humanos. pessoas, com sentimentos, com limitações, com problemas, com neuras, com alegrias, com desejos, com falta de vontade, com medo, com suas religiões, convicções, crenças, raças. com seu tipo físico particular. com delicadezas, com grosserias. com pontos de vistas diferentes. com sua própria energia. enfim, cada um com suas particularidades e idiossincrasias.
todos iguais, todos diferentes


e por isso que esse filme diz tudo o que eu queria dizer. pois deve ser igual para todo mundo.
"desejando que fosse o dia internacional da pessoa"



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o crédito devido: o filme é da lápis raro, agência de publicidade de BH, onde trabalha a Cristiana Guerra, que escreve também o já comentado Para Francisco


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e o ps. do ps: tem alguma coisa em Minas que seja ruim, hein?

(saudade de um certo pão de queijo)

sábado, 7 de março de 2009

quinta-feira, 5 de março de 2009

desânimo




tem dias (como hoje) que ler o jornal dá um desânimo e uma vontade de voltar pra cama e esquecer que o mundo existe, não?


* suspiros *

quarta-feira, 4 de março de 2009

um beijo...

Toco a sua boca, com um dedo toco o contorno da sua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão, como se pela primeira vez a sua boca se entreabrisse, e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar. Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que a minha mão escolheu e desenha no seu rosto, e que por um acaso que não procuro compreender coincide exatamente com a sua boca, que sorri debaixo daquela que a minha mão desenha em você.

Você me olha, de perto me olha, cada vez mais de perto, e então brincamos de cíclope, olhamo-nos cada vez mais de perto e nossos olhos se tornam maiores, se aproximam uns dos outros, sobrepõem-se, e os cíclopes se olham, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas suas cavernas, onde um ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio. Então, as minhas mãos procuram afogar-se no seu cabelo, acariciar lentamente a profundidade do seu cabelo, enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragância obscura. E se nos mordemos, a dor é doce; e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu sinto você tremular contra mim, como uma lua na água.

Julio Cortázar
em O jogo da amarelinha


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tão bom, não?
;)

terça-feira, 3 de março de 2009

e voltamos a rotina?

e eis que eu até penso em escrever, mas dai acabo encontrando alguma coisa que, invariavelmente, é muito mais legal do que qualquer coisa que eu poderia escrever, e diz exatamente aquilo que eu penso.

em época de fim de férias e retorno a rotina, é isso:


"De noite

Geralmente ela sai do escritório sempre no mesmo horário. Quanto mais o fim da tarde se aproxima, mais insuportável se torna a estadia ali. Houve uma época em que não tinha jeito. Seis, sete, oito horas e ainda era pouco. Desejava que os dias tivessem muitas horas a mais pra dar conta de tudo. Mas eram outros tempos e ela não se importava em ficar lá. Na verdade, até gostava. Era um modo de evitar outras coisas que deveria encarar. Servia bem como desculpa o cansaço ou a dor de cabeça ou o sono incontrolável que um dia cheio causava. E ela fazia bem o que fazia porque tinha esperança de que o seus esforços seriam recompensados. Mas, como disse, esses eram outros tempos. Hoje ela sabe que nada do que faça, por melhor que seja, será reconhecido. Conhece a estagnação daquilo que vive em horário comercial e é isso que torna insuportável os seus dias.

Enquanto dirige de volta pra casa, acha engraçado o jeito que os caminhos se tornam imperceptíveis depois de um tempo. É como se o piloto automático fosse ligado e ela nem precisasse prestar mais atenção nos outros carros. Não repara mais nos prédios, nem nos buracos, nem nas pessoas que esperam seus ônibus, todas tão ansiosas para tirar os sapatos quanto ela. Só quando algum motoqueiro nervoso bate no seu retrovisor - porque é distraída e quase sempre invade o meio do corredor que, em tese, seria daqueles que têm moto - é que percebe que está no meio do trânsito, conduzindo o próprio carro. No mais, apenas quando desliga o rádio na garagem é que parece voltar a dar rumo à própria vida. A vida parece outra vez colorida. Ainda que haja trabalho a ser feito, pois tem o cachorro que precisa de atenção, o estômago que precisa de comida, a louça que precisa de água. Ainda assim, não se importa. Está a salvo, afinal.

Então ela deita no chão e fecha os olhos e sente o peito apertado porque sabe que ainda tem mais um monte cenas iguais pela frente. Acomoda-se no ombro do seu melhor pedaço do dia, que já é noite. Daí vem o alívio e uma certa resignação pelas escolhas erradas que fez, e que sabe não poder culpar mais ninguém por elas. Na frente da tevê eles dormem. Na frente da tevê ela sonha com alguma coisa melhor pro resto dos seus dias."



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tirei desse blog aqui, que encontrei nesse meu vício de ler, ler, ler

segunda-feira, 2 de março de 2009

pra se apaixonar

OK, em primeiro lugar: eu não vou com a cara da Mallu Magalhães. Pronto, preconceito puro. Acho ela metida a besta e intelectual. Não gosto, e pronto. Já fui lá no myspace dela ouvir as músicas e tbm não gostei.

Em segundo: eu gosto de Los Hermanos, mas tenho medo dos fãs incondicionais que sabem todas as letras e que choram nos shows. É uma banda ou é um culto?

dito isso, apaixonei-me nesse instante:


Marcelo Camelo e Mallu Magalhães - Janta


"Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
Pode ser cruel a eternidade
Eu ando em frente por sentir vontade

Eu quis te convencer mas chega de insistir
Caberá ao nosso amor o que há de vir
Pode ser a eternidade má
Caminho em frente pra sentir saudade

Paper clips and crayons in my bed
Everybody thinks that i'm sad
I'll take a ride in melodies and bees and birds
Will hear my words
Will be both us and you and them together

Cause i can forget about myself, trying to be everybody else
I feel allright that we can go away
And please my day
I let you stay with me if you surrender

Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
(I can forget about myself trying to be everybody else)
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
(I feel all right that we can go away)
Pode ser a eternidade má
(And please my Day)
Eu ando sempre pra sentir vontade.
(I'll let you stay with me if you surrender)"



coisa mais fofa desse mundo
e letrinha bem legal pro meu momento pessoal. super assim real, não?




procurei video no you tube mas não achei nada muito demais. vai esse mesmo

domingo, 1 de março de 2009

'oh, baby, baby, it's a wild world..."

estou louca pra ver






o livro, pelo menos, é ótimo
e esse carinha (emile hirsch, diz o imdb)não é um fofo?
e A D O R O o Sean Penn, simplesmente adoro



quem sabe essa semana!