domingo, 29 de março de 2009

crônica do cotidiano

domingo de manhã, ela vai caminhar, e encontra a instrutora, o marido, e o filho, João, que também é conhecido como a pessoa com quem ela vai casar daqui a 13 anos, quando ela for uma quarentona gostosa. E o João abana pra ela e sorri. E ela lembra que mandou um chocolate pra ele sexta, e ele ligou pra agradecer. E que ele sente ciúme dela quando ela está conversando com alguém na academia. E por um momento, um ínfimo momento, tudo está tranquilo de novo. Não há ressentimento, não há fingimento, só há a felicidade de saber que alguém no mundo gosta de você, nem que seja um menininho de cinco anos de idade.

E ela pensa que só queria um pouco de companhia nesse final de semana. Conversas amigas que a distraíssem da realidade de sua vida, que às vezes lhe parece meio medíocre. Não precisava ser o final de semana de seus sonhos. Não precisava ser cheio de demonstrações de amor. Mas poderia ter demonstrações de carinho, de agradecimento, de consideração. Não esperava a felicidade suprema. Já acostumou-se a não esperar por ela, acha até que ela não existe. Mas acabou ganhando doses de ironia, ganhou falta de educação, ganhou desrespeito e desconsideração. Ganhou um sentimento de 'hopelessness' (e uma falta de vontade de tentar traduzir, quem quiser, tenta entender aqui)

Mas também ganhou um sorriso sincero. E quem sabe perdeu alguns gramas e vai acabar ficando mais gostosinha.



(Sim, final super Poliana. Ela adorava ler Poliana quando era pré-adolescente)

Um comentário:

Cátia Andressa disse...

você quer ganhar free hugs?
eu tenho!!!
besitos