sexta-feira, 4 de setembro de 2009

ah, se pudesse voltar no tempo...

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hoje fiquei pensando. nunca sai muita coisa boa quando eu começo assim. mas pensei.
pensei no meu maior medo. não, medo não é a palavra. é pavor mesmo. porque toda vez que eu cogito encontrá-lo, tenho um príncipio de crise de pânico. taquicardia, suor, tremedeira, e uma total sensação de não saber o que fazer. o pacote completo.
pensei em como eu gostaria de apagar isso da minha vida. dizem que não devemos nos arrepender daquilo que fizemos, somente do que não fizemos. acho besteira. me arrependo muito mais do que eu fiz. e, se pudesse voltar no tempo, apagaria o ano passado todo. porque foi o ano em que eu conheci o pavor.
para muitos, é um exagero. concordo, eu também acharia que é caso ouvisse a história. podem dizer que é bobagem, que é coisa de quem não tem o que pensar. mas eu sei o que é sentir medo. eu já tive uma arma apontada pra minha cabeça. eu já achei que ia morrer. eu já desmaiei de tanto sentir dor.
mas nada disso se compara com esse pavor, esse que vem desse arrependimento. não é a mesma coisa. pois todas as experiências anteriores afetaram a minha vida, sim, de diversas maneiras. mas o alexandre deixou as marcas mais profundas, no fim das contas. e as marcas de que eu mais gostaria de me livrar. e um dos únicos de que eu não consigo.

essa semana eu dei a última 'lembrança' que restava. e eu gostava daquele colar. achava bem bonito. mas não consigo suportar o peso de usa-lo. ainda tenho as coisas que a mãe dele me deu, mas elas inevitavelmente também me lembram. estou decidindo se minha amiga vai ficar muito triste caso eu decida cortá-lo da foto de casamento dela, e acabar estragando a mensagem que ela me escreveu.

faço tudo isso na tentativa de esquecer. esquecer que um dia fui assim ingênua. que acreditei que eu poderia mudar, poderia aceitar, poderia me conformar. esquecer da tentativa de ser 'normal', de experimentar aquilo que a maioria das pessoas ou já tem, ou está buscando. e, principalmente, na tentativa de esquecer que eu não consegui fazer funcionar um relacionamento.

okay, tem todos os motivos que levaram a isso. a paranóia, a enrolação, as bebedeiras, a indecisão, a dependência, a preguiça, a total falta de interesses comuns. consigo analisar isso racionalmente, consigo entender que não foi culpa minha (nem de ninguém) não ter dado certo.
mas dai vem os questionamentos: e por que escolhi essa pessoa, entre todas? por que não escolhi outro? será auto-sabotagem? será carência? será descrença?

e depois dos questionamentos, a única pergunta que me ocorre é: será que um dia tem fim? será que posso ter esperança?



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tô sempre achando que não
e tô sempre quase desistindo



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