sexta-feira, 24 de abril de 2009

mais um clichê

o Tempo, que envelhece as faces e os cabelos, envelhece também, mas mais depressa ainda, as afeições violentas. a maioria da gente, porque é estúpida, consegue não dar por isso, e julga que ainda ama porque contraiu o hábito de se sentir a amar. se assim não fosse, não havia gente feliz no mundo. as criaturas superiores, porém, são privadas da possibilidade dessa ilusão, porque nem podem crer que o amor dure, nem, quando o sentem acabado, se enganam tomando por ele a estima, ou a gratidão, que ele deixou.

estas cousas fazem sofrer, mas o sofrimento passa. se a vida, que é tudo, passa por fim, como não hão de passar o amor e a dor, e todas as mais cousas, que não são mais que partes da vida?

fernando pessoa



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tenho andado aborrecida com clichês.
pq minha vida anda um clichê.
e clichê demais cansa.
cansa, cansa.

2 comentários:

Cátia Andressa disse...

mas clichês o são porque se tornam verdades minha querida butterfly... e acabamos por acreditar nesses clichês, e vivê-los, intensamente.
ah, as dores do amor.

Sara disse...

é, eu sei de tudo isso, minha querida poeta. inclusive já comentei por aqui que acho clichês extremamente necessários e confortantes. nas ultimas semanas, entretanto, não tenho encontrado alento neles.
bem, não tenho encontrado alento em nada, pra ser bem sincera...