então é aquele dia de novo. já faz um ano? parece mais. bem mais. demorou muito pra passar...
a historinha ai de cima é um quase exemplo do que eu estou sentindo. porque é bem esse o sentimento. um alívio.
estranho dizer que me sinto aliviada por não ter namorado no dia dos namorados. nunca me imaginei dizendo isso. a tendência geral é todo os solteiros chorosos, depressivos.
claro, não estou saltitando. faz tempo que não saltito. faz tempo que não me encho de alegria. mas não estou na mesma onda da maioria dos solteiros.
hoje fui ao salão, pintei as unhas de vermelhão. mudei a cor dos cabelos. estou me sentindo diferente. mudada. mais eu. eu era feliz com meu vermelho. mas era uma vez uma ruiva. ser ruiva, de uns tempos pra cá, havia se tornado quase doloroso. muitas expectativas, muitas lembranças.
coloquei uma roupa que eu acho bem legal, e vou fazer uma maquagem poderosa. e vou sair, e me divertir (assim espero). vou estar com minhas amigas. espero rir, conversar. ver pessoas interessantes. ouvir música boa. distrair.
melhor que sair com o namorado? talvez.
primeiro, porque sair no dia dos namorados é pedir pra se estressar. tem fila, tem comida fria, tem aquela sensação de que você é obrigado a estar ali, de ser romantico. tem os gastos com presentes, com a janta. tem o stress de decidir o que comprar.
e não venham ser pragmáticos e dizer que não é assim, que eu só falo isso porque não tenho namorado. lá no fundo, bem lá no fundo, você concorda comigo, mas não tem coragem de falar.
segundo, tem todo aquele papo: é, sim, realmente, uma data puramente comercial. se é pra celebrar o amor, que se celebre todo dia, todo mês. celebre aniversário de namoro, celebre o primeiro beijo. celebre momentos importantes. não precisa de dia dos namorados. também não precisa dia das mães, dos pais, das crianças, do amigo. deveria, sim, ser todo dia. não deveria haver uma data pra levar quem você ama pra jantar.
terceiro: presente? os melhores sempre são os inesperados. os que vem fora de datas especiais. os que são pensados. aquele que a pessoa viu, lembrou de você, tinha uma grana sobrando e decidiu comprar. no dia dos namorados, sempre soa como obrigação. (não que você não ame a pessoa e não queira dar presente sempre, mas...)
nada disso, porém, justifica esse meu sentimento. continuo afirmando: adoraria estar com alguém. adoraria passar por todo o stress e ter toda essa obrigadação. adoraria, até mesmo, passar por esses rituais bregas e ridículos de declarações de amor.
por que me sinto assim, aliviada, então?
porque, pela primeira vez, eu sei que eu adoraria estar com alguém que goste de mim, e, mais importante, de quem eu goste. alguém que me desafie. que me faça sair do meu mundo, sem me arrepender. que consiga me dizer que me ama. que aceite meus defeitos. que entenda minhas preocupações. e, mais importante, alguém de quem eu goste. porque tudo isso ai, eu já tive. mas não foi reciproco, e não deu certo. porque eu já tive um dia dos namorados, e não foi legal. e não quero repeti-lo.
então, enquanto isso, me contento com o que tenho. sem saltitar, mas também sem chorar. com vontade, com saudade. com esperança.
porque um dia, vou ter que encontrar.
ah, vou....
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feliz dia
pra quem tem namorado
e especialmente pra quem não tem
e que no próximo ano, tudo seja diferente
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